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Pomba-Gira || Lenda Maria Navalha


Uma pomba-gira pouco conhecida. No cais da Bahia, junto ao mercado modelo, onde os saveiros descarregavam frutas, cacau, fumo, viveu a pomba-gira Maria Navalha.

 Malandros, marinheiros cheirando a sal, vendedores de acarajé, capoeiristas, eram os seus companheiros. Ela usava uma saia estampada de chitão, uma blusa preta de babados, um chapéu negro prendendo seus cabelos vermelhos e dançava na roda de malandros.

Cai a noite e o amor. "ais" de amor se ouviam nos saveiros, nas ruas pobres de salvador. E lá estava ela, com sua navalha na liga, sua defesa de mulher-dama ( mulher que vendia o amor ) para os que não queriam pagar. Jovem pobre, feiticeira, frequentadores dos candomblés que enchiam as madrugadas com os sons dos atabaques, ela ganhava a vida pelo amor e pelo jogo de ronda. Companheira dos malandros, dos marujos, dos bambas das ladeiras do velho pelourinho, amante ardente e carinhosa, mas com gênio forte, ela ganhou o nome de Maria Navalha dos velhos eluôs baianos. Moça vinda do interior da Bahia, sozinha, fazia ela mesmo suas roupas e nunca deixava seu chapéu preto brilhoso. Amou coronéis de cacau, jogadores dos cassinos, marujos tatuados, mas seu grande amor foi o malandro Zé pelintra da meia-noite.

Hoje, baixa na linha de exu , perigosa pomba-gira malandra, carteia e faz ebós diferentes .
A força de magia, faz trabalhos costurados, com caco de vidros, bebe suas cervejas, fuma seus cigarros e quando chega na banda do templo de magia cigana traz uma alegria incrível. 

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